E então Isaac é menino
desberçado.
Ahã. Conta uma novidade, Carolina...
Mas acontece que de junho pra cá, já são
duas camas.
Duas fases diferentes.
A primeira, que foi a transformação do berço, já estava pequena demais pro agitos noturnos do Isaac.
O colchão já pedia aposentaria pelo amor de Deus.
Logo, ele ganhou uma cama de gente grande.
Com caminha auxiliar pra quando "o amigo for dormir em casa".
A "camona" ainda pede uma grade, mas que mãe não adora um resquício da fase anterior?
Quarto é cada vez mais de menino. De moleque.
Ursinhos de pelúcia mais esquecidos dentro do armário.
No chão agora reina um caminhão, cuja caçamba carrega pecinhas, bonequinhos, lanterna e toda sorte de meios de transporte.
Livros preferidos agora são de conteúdo dinossauristico, numerístico e piratístico.
O Elmo já não desce mais da estante.
Enfim... com todo o drama que me cabe, já posso me ver dando de cara com a porta trancada e o som alto lá dentro, mas ok, sobrevivo.
Só que esse post
vem com uma dica.
Dica porque conversando com outra mãe (desesperada por conta do filho que odeia a caminha nova) na fase do desberço, vi que posso estufar o peito e dizer "venci".
Então, já que é assim, posso falar.
Posso, né?
Primeiro que Isaac é super bem resolvido com o lance da cama, não tem medo e a coisa é tão natural, tão sem frescura...
Segundo que é bem difícil ele sair do quarto dele e ir lá pedir "uma beirinha" na minha cama.
Acontece sim, mas muito pouco.
Tombos? Um ou dois, sem sequelas.
E como foi?
Descomplicamos o processo.
Só isso?
É.
- Tomei as rédeas da situação, perdi o medo e desapeguei da segurança das grades que o berço oferecia.
- Entendi e fiz entender lá em casa que não é apenas sair do berço e dormir na cama. A coisa é complexa e merece atenção.
- Situei Isaac conversando e explicando sobre sair do berço, ganhar uma cama e se livrar das coisinhas de bebê.
- Fiz com que ele se sentisse parte integrante do processo, escolhendo quadrinhos, questionando e gostando de tudo aquilo. Até no dia que fomos pesquisar preços da camona, mesmo sendo um programa chato pacas, ele foi junto, deu seus palpites.
- Não desisti. Nem quando a vontade era de dormir lá com ele ou de deixar ele dormir comigo.
- E por fim, ter pra si que o quarto (o meu, o seu, o nosso) deve ser um ambiente agradável, seguro e feliz.
...
Aí, você mãe sofredora, deve estar me fuzilando: "Seu filho é coisa linda, né Carol?!?!? O que eu faço com o meu que vai pra minha cama 100 vezes por noite?? Me acorda, chora, quer ficar comigo?"
Ok.
Não sou especialista, né?
Não sou mais ou melhor que ninguém. Muito pelo contrário. Aprendo todo dia, toda hora, sempre.
Mas o que EU fiz nos períodos que Isaac vinha pra minha cama foi ter calma e paciência.
Levantava e o levava de volta. Muitas e muitas vezes.
Aí percebi que devia haver um motivo para ele não querer ficar no quarto dele.
E o que fiz foi deixar o ambiente mais legal.
As histórias pra dormir acontecem desde sempre lá em casa.
As cantorias também.
Mas o blefe é que conta.
Durante algumas noites, quando ele pedia pra história já ser feita na minha cama eu blefava.
Os livros que iam pra minha cama eram os mais chatinhos. Os que ele menos se interessava.
Os do quarto dele eram os mais legais.
As histórias "da cabeça" idem. Eram mágicas no quarto dele e curtas e sem sal no meu.
Sacou?
E funciona.
Fora isso, recomendo muito não brigar, não conciliar o dormir na cama com sentimentos frustrantes e deixar acontecer.
Beijocas e boa sorte