quarta-feira, 15 de julho de 2015

quando um balão não é só uma bexiga...

das simplicidades dessa vida, né?
voltemos a falar delas.

isaac faz aniversário em agosto.
eu encerrei minhas atividades no ramo festeiro profissional faz pouco tempo.
continuo sim amando fazer as coisinhas, caprichar nos detalhes, mas agora me limito as festas do filhote.
e lógico, por mais simples e caseiros estejam os planejamentos para as comemorações deste ano, eu estou sim pensando numa lembrancinha para os pequenos convidados.

bom,
mas eu não pude não perceber, que, essa louca dessa vida faz a gente revivê-la.
assim como esse louco desse mundo nos faz dar voltas.
enfim, lembrei eu esses dias, de como a gente amava (num passado distante) quando sobravam bexigas das festinhas.
quando a gente achava alguma esquecida num canto.
ou podia levar uma da decoração pra casa.

vale a comparação.
hoje o que vejo são crianças endoidecidas estourando todas as bexigas possíveis antes do meio da festa.
ouvi de um monitor de buffet "elas precisam extravasar" e não consegui segurar a imaginação de que a próxima moda será a de festinhas em academias de muay thai.
e nem a indignação.
se o monitor enxerga assim, crianças endoidecidas enfiando suas pequenas unhazinhas na decoração não seria este um evento isolado.

tá,
voltando...
o que me fez lembrar das bexigas valiosas da minha infância foi uma simplicidade da vida.
explico.
isaac voltou de uma festinha todo feliz com um balão já cheio.
pegou de um centro de mesa, antes de sairmos do buffet.
veio agarrado a ela como se fosse a última bexiga do mundo.
cuidadoso.
deixou num lugar longe dos cachorros e de objetos perfurocortantes (me chamem de louca, mas amo essa palavra...kkkk...acho linda e objetiva... um serviço a informação).
acordou no dia seguinte e me convidou a não deixar a bexiga cair.
ficamos por um bom tempo só curtindo a leveza do momento.
risadas e desafios.
diversão plena, pura, simples.
ensinei a ele alguns nomes ligados ao vôlei.
e ele adorou.

a bexiga preta reinou absoluta lá em casa.
era requisitada a todo momento.

- mãe! topa vôlei de bexiga?

- mãe! agora so vale com os pés!

- agora só com a cabeça!

- agora bem alto!

sorte da danada da bexiga.
aposto que hoje murcha feliz por ter cumprido tão bem seu papel nesta vida.
sorte a minha por ter me entregado as delícias de ter uma bexiga sobre a mesa de jantar, sempre pronta, sempre disposta.
sorte.

e só pra registrar, a danada, continua lá, mesmo que diminuída pela falta de ar, desbotada, no fim da vida, continua me fazendo pensar tanto.
em tanta coisa.
na simplicidade, nas felicidades, na utilidade, nos valores, na velhice, na vida....

danada....

terça-feira, 14 de julho de 2015

as lições de uma mãe que não é a loira do tchan

aaaa.... as férias.
isaac entrou de férias na penúltima sexta-feira.
somemos então, são 11 dias de férias.
e eu tô rebolando, viu, gente?!
trabalho, casa, família, cachorro, papagaio, periquito and filho de férias.
vamos nos ajeitando.
mas longe do desespero que já tive em várias outras ocasiões, esse ano resolvi encarar assim:
isaac já tem seis anos.
sabe muito bem que a mãe trabalha.
e sabe que a mãe não tem férias.
em nenhuma de suas funções.
logo, sentei com ele na semana antes de tudo começar, e expliquei que seria assim.
que eu ia fazer o possível para que os dias fossem felizes e divertidos, mas que ele teria que ter paciência pelas manhãs, enquanto eu daria atenção ao trabalho.
e que alguns dias ele iria passar duas horinhas comigo na rádio.
ou ia ter que ir comigo ao supermercado.
expliquei que tinha coisas que não tinha como cancelar.
ele entendeu.
é lógico que resmungou, fez manha, mas tem entendido muito bem.
então ele dorme até não aguentar mais de manhã enquanto eu organizo o dia da casa e adianto o noticiário.
se vem comigo pra radio, já vem com kit sobrevivência a momentos chatos.
mesmo assim, tem sido um baita (e feliz) parceiro de estúdio. escolhe as músicas, ouve das notícias as palavras que lhe interessam, uma graça.
e a tarde, como de costume, sou dele.
tenho rebolado pra achar o que fazer, amigo pra chamar, tudo.
mas o mais importante é que, nsstas férias, estamos nos ensinando uma lição das mais importantes:
(atenção! foi o que aprendi esse ano, nessas férias, aliás, nesse início de férias)
que, em alguns casos - principalmente se vc não for a loira do tchan ou fã de passinho - rebolar tanto pode não ser uma boa.
eu aprendi que, as vezes, é importante ouvir o vento, sentir o sol, passar hora brincando de não deixar a bexiga tocar o chão.
pq, as vezes, quem rebola acaba descadeirado.

...


segunda-feira, 6 de julho de 2015

pensamentos de quase-mãe*

*eu ainda me considero quase-mãe...
talvez eu me ache inteira-mãe um dia, mas por hoje, engatinho.
só que meu status é outro.
de acordo com as leis sociais e toda a burocracia, pari um dependente, tenho 01 filho do sexo masculino, menor de idade.
sei disso tudo.
e não uso o quase-mãe no sentido depreciativo.
uso pq acho que ainda há muito a se aprender.
bom, mas a questão é que eu tenho um capítulo na minha vida, que eu chamo de quase-quase-mãe.
eu não me considerava tentante, eu não me considerava mãe em potencial.
eu me achava mesmo uma azarada de carteirinha.
eu não conseguia ovular.
depois eu ovulava e não conseguia engravidar.
depois eu engravidava e não conseguia permanecer em tal estado de graça.
num looping.
duas vezes.
e como bônus, cirurgias, curetagens, toda a sorte de chatice hospitalar.
além disso, as pessoas me olhando com aquela carinha de cocker spainel asmático, isso sim me matava.
passou tempo pacas, eu sei.
até hoje aprendi muito (muito mesmo) sobre mim, meus limites, meus sentimentos, a força que tenho, sobre o poder e o controle que habitam nesta gordinha aqui.
fui presenteada com o menino mais bacana do universo. tenho a sorte e o prazer de educá-lo.
não me acho mais a azarada de carteirinha.
mas ainda me encontro com os pensamentos da época.
eles retornam.
me assombram.
e as vezes, até me acalentam.
é confuso sim, mas existe.
acontece que a gente supera, só que não.
a gente esquece, só que por um tempo.
entende, digere, mas nem tanto.
e vez ou outra se pega pensando em tudo aquilo.
como se fosse o capítulo de um livro de história, mas doído de ler.
eu passei muito tempo tendo raiva de mim. me achando com defeito.
me sentindo incompleta. um ovo podre.
achando que era uma dívida alta a ser paga.
e ainda gasto (ou perco) um tempo com isso.
vendo os segundos filhos.
vendo barrigas grávidas.
vendo TV.
não é inveja. não é mesmo. é uma coisa estranha.
fico muito satisfeita em ver a família alheia.
não tenho vontade de que a minha aumente.
acontece que eu fui marcada por essa fase.
profundamente.
fui marcada de uma maneira que só eu consigo entender. e eu mesma não consigo explicar.
eu sei que aprendi a lidar com essa carol que ainda mora aqui.
bem no fundinho, mas mora.
que as vezes aparece, mas some de novo e hiberna.
que me coloca no fundo do poço mas também me resgata de lá.
uma carol sozinha, sabe?
que suspira, se deixa chorar, mas se assusta.
e se esconde.

...


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