sexta-feira, 19 de abril de 2013

mais sobre religião

daqueles papos que vale a pena registrar.


- mamãe, como surgiu o cajado do Jack Frost?

(se não entendeu a pergunta, abra uma nova janela e pesquise "A Origem dos Guardiões" no tio google. se entendeu, pule para a próxima linha deste post)

- ele não ganhou o cajado do Homem na Lua?

- é, ganhou...

silêncio.

e menos de um segundo depois, papo retomado:

- e quem é esse homem da lua?

- hummm... pode ser o papai do céu, não pode?

- não!

- não?

(danou-se... explica como hein?)

- não, mamãe.

- então quem será esse cara?

(esse cara sou eu, Rei????)

- eu acho que é aquele que lutou com o dragão.

(notas: não assistimos novela em casa. mas, adoramos sambinha do Seu Jorge, aquele lindo.)

- o são jorge?

- é. ele.

- pode ser sim filho. tem razão.

- é, mãe, mas me explica uma coisa?

(danou-se... e agora? ligo pra glória perez?)

- explico. o que?

- como é que esse são jorge levou um cavalo marinho lá pra lua?

- cavalo marinho? aaaa.... ele tem um cavalo sim, branco, que não é marinho. é cavalo de quatro patas mesmo, com rabo e crina.

- aaaa.... igual aquele que fica perto de casa com a carroça que pega lixo pra usar de novo (le-se reciclável)?

- isso.

- coitadinho.

- do são jorge ou do cavalo?

- do cavalo. morar na lua deve ser bem legal.

- também acho.

suspiro.

- e nós, mamãe? o que vamos aprontar hoje?

(filho de quem esse menino, meu deus?)

- ô amor... nós vamos levar um monte de carinho pra vovó. ela está bem triste hoje.

- é?

- é. a sua bisa, a mamãe dela que mora láááááá no outro país, agora foi morar com o papai do céu.

- porque?

- ela estava muito velhinha.

- velhinha quanto? 30?

(ploft! momento depressão aos 33)

- não, amor. velhinha com 100.

- cem?

- é. e ela foi morar com o papai do céu...

silêncio.
por dois segundos.

- eu fui ao parque hoje e meu tênis tá lotadaço de areia.

...




quarta-feira, 17 de abril de 2013

tempo, tempo, tempo, tempooooo

escrevo esse post, meio desajeitado, com essa música que não sai da cabeça desde ontem.
acontece que entre o tempo que vivo, milimetricamente calculado - se é que posso usar essa unidade de medida para tempo - tenho que explicar o tempo que o tempo tem ao meu filho de 4 anos.

isaac já estuda os dias, meses e momentos na escola, que esse ano lhe deu um calendário.
acho válido o aprendizado, mas morro de dó deles, tão pequeninos, já se prendendo a semana, ao final de semana - que aliás, isaac já reclama ser curto demais (filho de quem será esse menino?) - ao tempo que sobra e ao tempo que falta.

o tempo é ingrato sim.
as vezes sim as vezes não. mas é.
ingrato agora comigo, que tenho que mostrar o tamanho do tempo ao meu filho.

- mãe, já está na hora da natação?

- ainda não, filho, faltam 10 minutos...

- dez minutos é contar 1,2,3,4,5,6,7,8,9 e 10?

- não, amor, isso são 10 segundos.

- e quanto são 10 minutos?

- cada minuto tem 60 segundos. então são 600 segundos.

- nooooooossa! mas 600 é muito!

e ele se frustra, quando depois dos rápidos 10 minutos eu o chamo pra natação.

e como se não bastasse tudo o que contar o tempo engloba - falo aqui da questão psicológica, cansadológica e culpológica da coisa toda - agora eu tenho é que me virar na medidas.
uma fita métrica seria linda. uma que conseguisse tal proeza.

- mãe, nós já vamos pro inglês?

- ainda não. falta meia hora.

- meia hora? quanto é meia hora?

- 30 minutos.

- hummm... e quanto é isso?

pensei e, no cansaço todo, na vontade de chorar, de sentar e brincar sem olhar pro relógio, me rendi:

- 30 minutos é um desenho do diskovery.

ele entendeu.
eu tô tentando me entender até agora.
ou eternamente.



...

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Rejeitada

Isaac não me ama mais.
buááááááá.......
Pronto.
Limpa rostinho.
Drama feito, posso continuar...

Acontece que eu, tão acostumada a ter o grude da mamãe sempre por perto agora me vejo jogada de escanteio.
Sério.
Ele não vê mais graça em mim.
(escorre lagrimazinha)
Ele não me dá mais tanta bola.
(solucinho)
Ele prefere assistir o Ben 10 do que brincar comigo no chão da sala.
(toma golinho dágua)
Ele bufa e olha pra cima quando eu tento uma aproximação.
(mão na cabeça e suspiro profundo)

Diz a Querida Psicóloga (e eu resumo aqui bem resumidinho) que a culpa é do Édipo, aquele sacana.
Que é uma fase em que Isaac está se sentindo excluído por eu não deixar que ele tome o lugar do pai, do meu trabalho e seja tudo pra mim nessa vida.
Mas ele é! - diz a mãe indignada, contida e sofredora.

Ele é. Mas nem tanto, saca?
Não pode ser.

E então que agora ele se vinga de mim com um comportamento "sai daqui que eu não preciso de você" com pitadas "vou fazer muita coisa pra te provocar".

Logo, como consequência eu virei a chata da rotina que envolve tomar banho, remédio, escovar os dentes, dormir na hora, natação, pediatra, dentista, aula de inglês.
É o que temos feito juntos.

Ontem tentei até o fim do dia que ele sentasse pra brincar comigo.
Uma das respostas foi "eu ainda tenho uns minutos no iPad, né?" e a outra foi "agora é hora do filminho".
Choro? Choooooro escondidinha no banheiro.

Acabou?
Nada.
Na tal hora do filminho sentei pra assistir junto e ganhei uma bufada catalã. Daquelas que me deu saudade de Barcelona.

...


terça-feira, 9 de abril de 2013

Bendita Palmilha!

Isaac, coitadinho, nasceu com o pé chato.
De tudo que podia herdar, herdou a pisada torta.
E desde o ano passado ele usa a tal palmilha ortopédica.
No começo fiquei ultra feliz por terem abolido da face terrestre aquelas botinas duras, com sola de madeira, que euzinha tive que usar na infância.
Era horrível, era medonha, era pesada, era uma arma ultra secreta contra as canelinhas inimigas do jardim da infância.
Enfim, voltemos a palmilha, que o que interessa neste blog é falar do filho, né? E do pé chato dele.
Bom, mas acontece que a tecnologia aqui, não é lá tão amiga.
A palmilha não é de madeira, não é medonha, não é arma que nada, maaaaaaassssss...
Não entra em p~#*@ de sapato algum!!!!!
Explico.
Pela curva do pé chato do Isaac, a palmilha tem que ter um lado mais alto.
A primeira que fizemos, depois de uma longa caminhada enfiando e desenfiando a bendita em inúmeros modelos e marcas diferentes, vendo filho estressar e gritar ao ver uma loja de calçados, conseguimos sucesso com uma botinha de uma única marca, a qual, na cidade inteira, havia o único par que comprei.
Acontece que a botinha é até bonita, mas é quente.
Quente assim, pra usar no Alasca.
E chegado o calor, aposentamos botinha, palmilha e o que mais lembrasse aquilo tudo.
Começo de ano, retomemos rotina, lá vamos nós no ortopedista.
Nova palmilha receitada, dei eu ao médico minha demostração master de mãe neurótica, sofredora e militante contra as botinhas quentes e as palmilhas que não se enfiam em lugar algum.
(enfiariam sim, em algum orifício do doutor, caso ele falasse que eu não tinha escolha)
Ortopedista deu risadinha e então, como se fosse a coisa mais natural desse mundo, receitou uma de "baixo perfil".
Assim, como se fosse a solução de todos os problemas desse mundão...
Ontem, então, toda meninona, fui buscar a tal palmilha que pensei eu caberia até em sandália havaiana.
Mentira!
O c@$%&*!
Passei o resto da tarde com Isaac debaixo de um braço e o par de palmilhas do outro, procurando um modelo de tênis que comportasse a bendita palmilha mais o pé do meu filho.
A grande m#$%d@ é que nem a indústria calçadista nem a medicina ortopédica estão preparadas para a P~##@ de um problema de pé chato que faz parte dos anais da medicina desde os anos 70.
Não, cara colega, não existe tênis, sandália, sapatênis, bota, cano alto, cano baixo, com cadarço ou sem que resolvam tal questão.
Zero. Nulo.
Aí você, no meio da busca louca, se encontra com vendedoras que tem a coragem de olhar nos olhos e falar   que dois números maiores ajudariam.
Você, em grau master de cansaço, já imaginando as palmilhas azuis rodopiando numa viagem descarga abaixo, aceita a sugestão e vê seu filho tropeçando e perdendo o tênis no meio da loja, porque né? dois números a mais, certeza que ia sair do pé... ainda ouve a lindinha dizer que "é assim mesmo, depois eles acostumam".
Acabei, eu mesma me atendendo numa dessas lojas grandes de material esportivo, aquela com nome de personagem mitológico que é metade gente metade cavalo (porque, né? vamos combinar que eles são demais, são tudo o que preciso e não precisam me atender direito nunca nunca NUNCA - fica o protesto porque o atendimento deles lá é que rodopiou na descarga, não desceu e foi parar tudo no shopping aqui da city), e achei um modelinho assim, não gostei muito mas não tem tu vai tu mesmo.... tá grande mas tá valendo... paguei uma nota e vamos que vamos readaptar o filho na função ortopédica toda.
#prontofalei
e
#aiquesaudadedabotinha

...

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