quinta-feira, 13 de maio de 2010

Publicidade Infantil, um assunto sério.


Fui convidada pelo Blog do Desabafo de Mãe para falar/escrever sobre publicidade infantil. Assunto que vem ocupando a cabeça de muitas mamas, e com razão.
A proposta passada pela Ceila é colocar aqui um post que responda a pergunta: Como orientar meu filho diante da publicidade na TV?
Primeiro não sabia bem o que dizer, já que Isaac não presta muito atenção nas propagandas, está na fase do vício pelos personagens. Mas aí é que está.
E alguns pensamentozinhos depois o assunto virou Papo Brabo. “Top Five Oh Vida! Oh Céus!” pra esta mama aqui.
Anos e anos estudando comunicação já me fizeram entender o significado de comunicação de massa e o grande prato mastigado de baboseiras ou não que nos é enfiado goela abaixo diariamente pelos meios populares. Ok. Mas isso agora atinge a capacidade de pensar e reagir do meu filhote. Isso. Aquele serzinho ali que defendo como uma leoa.
Misturaram-se os valores. Janelas abertas são ótimas sim, mas tudo tem que ter limite. Então, diante do capitalismo desenfreado e do consumo (umo umo umo, com eco mesmo) que move o mundo, a publicidade tomou papel mais que essencial pra sobrevivência da comunicação de massa. Fato. Trabalho em uma rádio FM comercial e sei o quanto corro com o noticiário pra que os breaks entrem na hora certa.
Tá. Mas o que fazer então, com as cores, as crianças lindas, as músicas, os efeitos especiais e os personagens da publicidade cada vez mais Hollywoodiana da TV? Boa pergunta, Ceiloca.
Primeiro pensei em me inteirar do assunto. Estudar o que pode ser lei ou não. Como a comunidade infantil pode ser protegida. Até que ponto as agências de publicidade tem o direito de atuar diante desse público. Onde termina o limite de apelação das empresas. Mas logo percebi que saber disso é muito bom, mas na prática mesmo, diante dos r trocados do meu pequeno, isso não ia ajudar muito.
No fundo, é preciso buscar a sabedoria e a essência do ser mãe. Colocar limites nunca é fácil em nenhuma etapa da vida, em nenhuma fase de educação.
Cheguei ao ponto.
Lidar com um segmento tão forte e ativo como a publicidade requer pulsos firmes e inteligência estratégica. Não dá pra conviver com o “pode virar lei”. É preciso agir antes que isso aconteça. Exemplo: Pensando nesse texto ontem, vi que Isaac a-do-ra a música da Copa do Mundo da Coca Cola. Fica quieto, ouve, dança. Pensei. A música ou a Copa são da Coca Cola? Que absurdo! Como é fácil virar consumista hoje!
Pois bem. Como agir? Doses homeopáticas de contrapartida. De ensinamentos. De exemplos de que a vida não é só Ben 10 ou Hello Kitty. De que existe vida além da TV.
Como?
Meus pais sempre criaram agente longe da TV. Digo, das novelas e das baboseiras. TV em casa era uma tarde assistindo um documentário sobre animais ou um clássico do Chaplin. Ouvindo tudo quanto é tipo de música, de forró a Bethoven. Tínhamos enciclopédias, livros, revistas, gibis, tudo a vontade. Folha, tesoura, lápis, caneta, giz, lousa. Lembro do meu pai ensinando geografia pra gente desenhando o mundo em uma laranja. Acho que são exemplos bons de seguir.
Mesmo com um mundo tão virtual e cheio de banners e anúncios, acho que ainda dá sim, pra ensinar de outra maneira. Dá pra mostrar que a vida não é só isso. Dá pra por limites.
Sou contra proibir, entendam. Sou a favor do ensinar. Mostrar que nem tudo o que é mostrado na propaganda é melhor ou mais bonito. Convencer que só se compra o que é necessário.

Mas sou a favor mesmo da nossa reeducação diante dos valores já impostos pelas mídias e pela publicidade. Pensem nisso.

Ah! Convidei o Leandro Mello, um colega publicitário, para dar a visão dele sobre assunto. Logo posto o texto dele aqui no blog.

Mama internetando:

8 comentários:

Chris Ferreira disse...

Oi Carol,

Adorei o post.
Percebo bem essa questão da publicidade entre as minhas filhas. A Ana Luiza gostava dos desenhos do Discovery Kids e com isso conhecia todos os lancametos de brinquedos. Eu chegava em casa do trabalho e ela tinha uma lista de desejos. Sempre conversava com ela e explicava a diferença entre Eu quero e Eu preciso. Aos poucos reduzindo cada vez mais o tempo vendo os desenhos e substituindo por DVDs, as vezes dos próprios personagens que ela gostava.
A Sofia não vê televisão, simplesmente não se prende. Ela gosta do DVD, gosta de dar pause e depois voltar a vê-lo. Com isso ela não me pede para comprar brinquedos. Ganha presentes no aniversário, Natal e Dia das Crianças.
Também brinco muito com papel, tesoura, cola, tinta, etc... e isso eu também fazia com a Ana Luzia.
Ontem, uma amiga ia jogar um embalagem fora e eu falei para ela me dar e ela perguntou para que. Respondi que servia para fazer algum brinquedo. A outra amiga que estava comigo, falou: nada, ela gosta de guardar lixo mesmo. Ela faz o brinquedo mas ele acaba indo para o lixo do mesmo jeito. Aí eu expliquei, vai para o ixo mais tarde, antes disso foi aproveitado ao máximo e com isso as minhas filhas não me pedem para comprar brinquedos. Evito o consumo desnecessário e mais lixo já que o brinquedo comprado também acabaria no lixo mais cedo ou mais tarde.
Adorei a ideia do seu pai de desenhar o mundo na laranja.
Beijos
Chris

Unknown disse...

Que texto de mãe-dragão mesmo!!! Ficou ótimo! Um dos melhores que li até agora. Parabéns! Vc falou de mim, dos meus pensamentos, dos meus anseios...Carolzitas, eu me vi em vc!!! (Risos!!!)
Acho que tudo que coloca é uma prática super importante de ser ressaltada, porém, minha visão é de que ela traz um certo desequilibrio. Eu explico o que penso: Vc trouxe a tona a escolha da oferta excessiva. Ou seja, enquanto a publicidade infantil explora a imaginação do seu filho, é importante que vc ofereça coisas novas a ele como brincadeiras dentro de casa que faça ele conhecer também outros faz-de-conta, outras lições na vida. É muito importante falar disso pq sinto que qdo lutamos com foco parece que aquela luta implica numa única vitória: o fim da publicidade. Mas é só um pedacinho. O fim da publicidade infantil na TV não vai mudar o mundo dentro da sua casa. Vc precisa fazer sua parte diante da oferta exagerada. Escolha bem e com equilibrio. Bárbaro, amiga! Obrigada. em breve te dou feedback e avisa qdo post do seu amigo estiver no ar

Kcau disse...

Nooossa!
É bem assim que me sinto quando se trata de publicidade. Aqui em casa as coisas são bem restritas também; adoro ver Tv com eles, vídeos e desenhos animados educativos.
Penso que tem muita coisa pra se aprender fora do ângulo televisivo. Não tive filhos pra a mídia educar né.
Bjux.

Mamma Mini disse...

Tema master importante, eu vi um documentário faz 2 meses eu acho, sobre publicidade infantil e sobre como as crianças são influenciáveis. Mostrava a influência negativa do desejo de consumo absurdo e também de como a publicidade influencia as crianças na questão da alimentação. Perguntavam para umas crianças o nome de alguns legumes e verduras e eles não sabiam, aí mostravam salgadinhos, biscoitos e eles sabiam todos... era assustador.... aqui em casa meu filho assiste tv sim, tem limite, mas ele assiste e gosta, mas eu incentivo os DVDS que ele também ama. Acho que as brincadeiras ao ar livre, e as artísticas valem mais a pena. Nossa missão não é fácil, mas não podemos fechar os olhos para algo tão importante. bjs, adorei o post

Leandro Mello disse...

demais carolzitaa!!! A gente tem q tomar alguns cuidados com o que é nosso (entenda-se filhos) pras que as coisas de fora não tenham efeito nocivo sobre eles. Demais o texto. bjoooos

Carol Garcia disse...

Meus queridos, obrigada por participar comigo de uma questão tão complexa.
ainda temos muuuuito o que aprender, digerir, discutir, ensinar.
bjos a todos

Ana do Viajar é tudibom! disse...

Oi Carol! Que bom que se identificou com o Viajar é tudibom!
"Viajando na Maternidade" é boa essa! rs, adorei o nome do seu blog e vou te seguir.
Me dá um tempinho pra ler tudinho e comentar, comentar... hehe, adoro um papo tmbém! Já ví que temos em comum!!
Abraços com carinho e um ÓTIMooooo findi para vc e para seu filhote lindo!

Carol Garcia disse...

Opa!
gente nova, cheia de coisa boa pra contar!!!
Bem vinda Ana paula e seu "Viajar é tudibom"!!

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