sexta-feira, 21 de maio de 2010

Publicitário participa de papo brabo aqui no Viajando

Postei aqui, a convite da Ceila, do Blog do Desabafo de Mãe, o meu texto sobre Publicidade Infantil.
Na época em que escrevi o post fiquei boiando entre as informações e os vários sentimentos (indignação, raiva, culpa, proteção) que o assunto despertou em mim.
Como não sou de ficar quieta, logo puxei um papo bacana com um colega publicitário, e pedi que colocasse a sua visão, as suas explicações, e o que mais pudesse acrescentar sobre o assunto.
Segue o texto que ele escreveu pra gente. Obrigada, viu Leandro, pela atenção e por aceitar o convite.
...


Bom dia mães. Primeiramente gostaria de agradecer ao convite da Carol para participar desse assunto que gera tanta polêmica e está tão presente em nosso dia-a-dia. Segundamente, parabenizá-las pela iniciativa de se unirem para, criticamente, analisar aspectos gerais da vida. Aspectos esses que podem, muitas vezes, influenciar dentro das nossas casas.
Sem mais delongas, vamos ao assunto.
O poder da publicidade frente aos pequenos.
Essa questão toda é um tanto quanto mais profunda do que as vezes possamos imaginar. Acaba caindo um pouco no que a Ceila comentou sobre o publicitário que criticou a postura dos pais por muitas vezes serem omissos diante dos filhos.
Antigamente não se via tantas campanhas publicitárias voltadas ao público infantil, mas por quê?!
O tempo passou e alguns costumes familiares também. O filho não tinha muita vez. Podia pedir, fazer bico, chorar, espernear, o mínimo que ia ganhar era um chacoalhão e um delicado conselho: “Se chorar vai apanhar!!!!”. E lá se ia, bicudo, vendo aquilo que tanto queria ficar pequeno enquanto a mãe o puxava pelo braço pra longe.
Hoje em dia a história é outra. Filhos cada vez mais respondões e com voz ativa perante os pais. Basta uma ameaça de escândalo e lá se vão os pais, com cara de poucos amigos, fazer a vontade daquele serzinho poderoso, que no mesmo momento faz sumir de seu semblante qualquer resquício de choro.
Mães, não entendam isso como generalismo da minha parte, ok?! Odeio essa palavra com todas as minhas forças. Mas são coisas que vejo acontecer com freqüência.
É inegável que as crianças estão se desenvolvendo precocemente em relação as crianças do passado. Lembro que quando tinha 2 anos mal formava uma frase. Hoje em dia, criança nessa idade fala, anda, canta, dança. Tudo isso acaba se tornando um prato cheio para uma classe de profissionais que está sempre ligada a qualquer brecha para poder atingir seu público em cheio.
E se vc acha que é só de criança que estou me referindo, engana-se, pois muitas vezes o foco de uma determinada campanha são os pais através dos filhos. Toda propaganda mexe com os pais quando mostra benefícios em relação aos filhos. Veículos com porta malas grandes, banco traseiro com suporte para cadeirinha de bebê, móveis com acabamento arredondados pra evitarem acidentes, e por aí vai.
O problema é que todo esse processo publicitário passa por um “filtro criativo” chamado ética profissional. Ta aí um desafio para um publicitário!!! Criar uma campanha publicitária pra vender esse filtro convencendo que os “malefícios” são maiores que os “benefícios”, quando malefícios significa evitar apelos, e benefícios, mais vendas para o cliente (mesmo sendo a qualquer custo).
As leis muitas vezes acabam contribuindo para essa desordem toda.
Filho que manda nos pais?! “Ahhhh que horroooor”. Quer horror?! É o mínimo que pode se esperar quando as circunstâncias estão a favor. Quando imaginaríamos filho podendo processar os pais por ter levado umas palmadas?! Pais que vão a escola discutir com o professor por ter repreendido seu filho que colava na prova, escrevia na mesa?! Esses são apenas alguns exemplos de como as coisas tem caminhado.
Falei tudo isso pra chegar a esse ponto!!! Se os filhos não tivessem tanta voz ativa perante os pais, não haveria tanto foco em cima deles. Seria um desperdício de tempo, dinheiro...
Mas o que fazer?!
Difícil dar uma solução concreta. Da mesma forma que é difícil dizer “NÃO” ao filho de 9, 10 anos que pede um celular de presente quando todos os amiguinhos da escola já ganharam um. Difícil, mas não impossível. Uma coisa não justifica a outra. Ou vamos deixar os pais dos outros educarem nossos filhos?! Criança tem que aprender o valor de um “não”, de uma repreensão, de um castigo, mesmo que esse aprendizado só venha tempos depois. Faz parta da boa educação.
Acredito que enquanto a criança não tiver condição de entender o real significado de “necessidade”, deve ouvir, sempre que preciso, um “NÃO” cheio e ríspido, rs.
“Não” a um determinado canal, “não” a um determinado produto, “não” ao vídeo game a tarde toda...
O mundo não ta fácil minha gente. Nada fácil!!!
Pasmem!!! Vem aí a camisinha infantil!!!
O que aguarda meus filhos, netos?! Aff....

Pra terminar, deixo um versículo bíblico que fala bastante comigo a esse respeito: “Ensina a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele" Provérbios 22.6

Leandro Mello, publicitário ético, cristão e futuro pai babão (mas com responsabilidade)
@_leandromello

Mama navegando:

9 comentários:

Ana disse...

Bom dia!! nooooossaaaaa...adorei ,adorei o post de hj!! muito bom..muito produtiva a participação do Leandro.É verdade, as coisas hj em dia são mt diferentes de antigamente...acho que não devemos ficar procurando culpados ,e sim arregaçar nossas mangas e fazer a nossa parte na educação de nossos filhos!! ;-)

Ah, falei ontem com o meu amigo que voltou da Alemanha,ele ficou de me passar dicas,e assim que eu as tiver, te passo por email ta? manda um p mim,p/ o maemochileira@yahoo.com.br, que ja deixo o seu arquivado lá!
bjs,boa quinta!!

Eu Viajo com Meus Filhos disse...

Precisamos de contribuição!

http://euviajocommeusfilhos.blogspot.com/2010/05/dicas-de-viagem-com-criancas-para-o_21.html

Ana do Viajar é tudibom! disse...

Olá!
Adorei o rumo da prosa de hj! rsrsr
Mas vamos lá que o papo é serio:
Hoje mesmo fiquei boba ao ouvir umas crianças saindo da escola e falando: crack, maconhaaaa, tipo aqueles vendedores ambulantes que berram pra vender suas mercadorias? Então, mas na verdade era tudo bobeira,eles não estavam vendendo nada, só para se "achar" Imagine! se achar com uma coisa dessa! Mas é, e olha que eles deviam ter uns 10/12 anos e crianças bem vestidas, sinal de uma família ou pelo menos de uma mãe, alguém que se preocupa em vestí-lo bem, com roupas boas e limpas. Pra vermos o qto está complicado educar e garantir a boa educação das crianças de hj em dia, quem dirá as futuras gerações. Confesso que tenho muito MEDO de matricular o Pedro Augusto na escola, ficarei com ele até os 02 anos de idade por pura proteção, tentando né Carol? pq sabe lá o que pode acontecer msmo estando "em cima" deles?! Enfim, eu sou coruja, mas desde já chamo atenção do meu pqno, tento explicar o certo e o errado nas pqnas coisas, como posso... o Pediatra disse que isso faz parte e ele já entende quase tudo que falamos, então não perco tempo de a cada dia explicar, corregir, dizer NÃO e muitas vezes dar uns berros pra ver que nem tudo funciona do jeitinho que eles e a TV impõe.
Só pra concluir, amei a matéria do Leandro, obrigada á vcs 02.

Big beijo e um ótimo findi!

Kcau disse...

Carol môbem; diz pra o Leandro que ele já tem uma fã.
Ontem eu estava conversando com a mãe de um garoto que "alfabetizo".
Ele realmente não quer estudar, fica esperando que eu dê todas as respostas, entre outras coisas.
Ela disse pra mim que vai levar ele ao médico pra descobrir qual a dificuldade do guri. E eu com a minha língua de 3.153,25 Km²; soltei :
- Talvez o problema seja o fato de o F** mandar em vc, e não vc nele. Por isso ele acha que pode fazer isso comigo também.
E ficou aquele silêncio mortal. Percebi que pisei no calo da amiga. O fato real é: *Quem é que manda na casa?
E eu e minha língua vamos imprimir teu post e presentea-la gentilmente.
Sou malvada né? Mas foi ele quem começou quando pediu a minha ajuda.

Ioly disse...

Muito bom seu "alerta" sobre o tema, o Leandro tocou em um ponto importantíssimo. Amamos nossos pequenos, mas esse sentimento não deve ser traduzido através da permissividade.
Uma birra em lugares públicos ou em presença de outras pessoas, não deve nos intimidar. O choro acaba logo, logo, mas a mensagem que se consegue transmitir com um apropriado 'não' pode servir a uma vida inteira...
bjus

Jemima Pompeu disse...

Carol, obrigada por dividir coisa boa. Leandro, estou te perseguindo no twitter agora. Amei seu texto. Não sou mãe, mas obrigada pela aula. Tive uma infancia feliz - porque foi SIMPLES. Até os 19 anos não tive TV. Desconheciamos o consumismo. Tinhamos um quintal grande, uma boa horta, galinhas e um balanço no pé de jambo. Jemima, cristã convertida, tia e gêmea. @vizinhosdeutero

Leandro Mello disse...

Boa tarde mães, futuras mães e todas/os outros que passam por aqui. Fico muito feliz que tenham gostado do texto e que de uma forma ou de outra, tenha contribuido para a reflexão sobre alguns pontos dentro desse assunto tão delicado. Ética é uma palavra que deve ser encontrada em todos, sejam publicitários, médicos, professores, mães, pais, e por aí vai..

Obrigado mesmo a todas vcs.

Como a Jemima disse, podem me seguir no twitter ou entrar em contato através do email lermello@hotmai..com

Fiquem com Nosso Deus.

Carol Garcia disse...

Pois é, mulherada...
a maternidade continua sendo esse quebra-cabeça dinâmico.
Bom saber que posso ajudar em alguma coisa.
Esse é um papo brabo mesmo, até porque tromba com a nossa capacidade e as dúvidas se somos ou não bons pais.
o que não podemos é deixar a peteca cair. nunca.
bjocas a todos

Micheli Ribas disse...

Adorei o post! É verdade, o mundo de hj é muito diferente de antigamente. Precisamos de muita sabedoria de Deus para educar nossos filhos.
Um abraço e obrigada por dividir essa reflexão conosco.

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