segunda-feira, 10 de junho de 2013

Poetizando

Isaac não teve um de seus melhores domingos.
As coisas não foram bem do jeito que ele imaginou.
Mesmo no meio de um bando de crianças ele se sentiu sozinho.
E se entregou à solidão.
Atrás do sofá, debaixo da mesa, no canto da sala, com seus filminhos.
Inventou dor na perna, chorou, escolheu a afta como melhor amiga.
Se sentiu um estranho dentro da própria casa.

Depois, no final do dia, pediu colo, ficou junto, chorou mais.
Tomou banho, se aninhou, agarrou o paninho.
E antes de pegar no sono, me pegou pelo braço enquanto eu beijava sua testa.
Abriu os olhos com força e disse que tinha odiado o dia.

Quando perguntei o que ele estava sentindo, fez poesia com a angústia:

- Acho que estou doente, mamãe. Com uma dor forte aqui (no peito), que parece ânsia de vômito, mas quando o vômito não quer sair.

Teve uma noite das brabas, meu pequeno, quase não dormiu.
Chamou, gritou e ficou febril.
Eu abracei, forte, toda a madrugada.


...


5 comentários:

Mari Hart disse...

Ô dó! :(

Terapia do abraço, não há remédio melhor! =)

A Dona do LAr disse...

TAdinho dele Carol! O Isaac me parece uma criança que vai além das outras, como pode tão pequeno já conseguir definir em palavras essa angústia. Imagino seu coraçãozinho de mãe...

Celi disse...

Ohhhh dá um abraço pela tia de longe... E essas situações apertam nosso coração. Não é mesmo? Beijos

Van Oliveira disse...

Olá, acabei de encontrar seu blog e me encantei com a forma doce em que relata momentos tão delicados como a perda de uma avó, as crianças sabem mesmo sem dizer nada como nos confortar em momentos assim, né?
Eu ainda não sou mãe, mas serei até semana que vem e nem faço ideia de como será essa nova mulher que dizem nascer junto com o bebê.
Adorei seu blog, passarei mais vezes por aqui.
Grande beijo!

http://costurandonuvens.wordpress.com/

Sarah disse...

Ai Caroool, que aperto! Muitos e muitos abraços e aconchego pra esse menininho!
bjos

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