quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

A Índia e o Isaac



E daí que você perguntou, né Lu?!
Logo pra quem?
Pra pitaqueira aqui.
E eu respondo.
Eu tinha mesmo planejado mentamente um post sobre o Isaac no meio dessa coisa toda, ia deixar pra depois, mas tá valendo.

Não.
Isaac não foi com a gente.
Explico.
Eu bem que pensei em levá-lo.
Sabia que ele ia adorar muito do que a gente viu por lá.
Sofri horrores decidindo e sofri mais ainda de saudade.
Mas levar uma criança de 3 anos de idade pra Índia, hoje tenho certeza, que isso sim seria uma loucura.
Das maiores.
Vamos lá pros meus motivos:

- É longe pacas. Trinta TRINTA e poucas horas de vôo. Com escala. E nós fizemos duas.
- Roteiro pinga-pinga com várias viagenzinhas (ou viagenzonas já que o trânsito nas rodovias é caótico) pelo meio.
- Um tempo seco que aniquilaria com qualquer renitizento.
E o principal, as questões de saúde, pelas quais toda mãe é neurótica:
(Atenção! Não estou falando que a Índia é um país sujo, só que é tudo muito diferente. São outros costumes, portanto, situações super diferentes e tudo que elas envolvem, ok?)
- Já fomos pra lá avisados de que a água do banho ou da torneira não deveriam nem de longe passar perto do nosso organismo, ou seja, vai falar pra uma criança de 3 anos que ela não pode tomar água do chuveiro...
- A comida é uma delícia, mas muuuito diferente. Pensei mesmo que Isaac aceitaria ser alimentado com curry, pimenta e outras tantas especiarias, mas ainda bem que voltei a realidade a tempo... Lemos e ouvimos muito que a melhor alimentação por lá, pras crianças estrangeiras, são as de hotéis com mais estrutura, o que definitivamente não estava nem em nossos orçamentos tão pouco em nossos planos.
- A vacinas todas que tomei (foram 8!!!), pensando nas doenças que poderia estar exposta durante a viagem. O consulado indiano pede a febre amarela, mas após consulta com um Médico do Viajante (aliás, coisa que recomendo muito) vimos que era preciso estar prevenido para várias outras tantas coisitas.

Deu, né?
Filhote ficou.
E ficou bem como sempre.
Quem não ficou fui eu, que morri de culpa e saudade. Que desejava fortemente um sistema de teletransporte cada vez que via um macaco, um elefante, um camelo ou ouvia uma música diferente.

Tá.
Mas como mãe que sou.
Mesmo sem filhote alí, reparei e muito nas crianças.
E ó que em certos lugares eu nem as via?
Principalmente as da idade do filhote.
No começo estranhei.
Não vi grávidas e dei muitas vezes Graças a Deus por não ver carrinhos de bebê, já que as calçadas são raras e quando existem, são uma loucura cheia de degraus e buracos.
E além dos bebês que vi nas ruas, sem fralda nem nada, confundidos com a poeira do chão ou enrolados nos saris das mães, percebi as crianças de idade escolar, já crescidinhas, uniformizadas e bem simpáticas.
Cumprimentavam a gente, todas risonhas.
E as de 3 anos?
Boa pergunta.
Parece que se dá um salto dos 6 meses aos 6 anos de idade.
Certeza que há uma explicação cultural pra tudo isso, mas não tive contato próximo com nenhuma mãe indiana.
(Tenho que pesquisar, pois fiquei extremamente curiosa. E se achar, certo que divido, ok?)
Mas o máximo, em relação às crianças, é que em quase todos os pontos turísticos que visitamos havia excurssões escolares.
Tem coisa mais linda que ver os pequenos desfrutando daquilo que é deles? Aprendendo bem alí? Incentivados pela professora?
Delícia de ver.
Mais delícia ainda de admirar as imensas escolas públicas, conservadas.
As crianças uniformizadas, alegres.
Prontas para serem novos geniozinhos. Foi a sensação que tive.
Mas foi só.


Lógico que também quase morri de susto e desespero a cada bebê pendurado em uma moto (que lá é tipo utilitário que carrega até 5 pessoas ao mesmo tempo) ou viajando tranquilo quase do lado de fora de um tuc-tuc lotado.
Ou um rickshaw-perua-escolar, que puxado por um senhorzinho, carregava umas 20 crianças pelas ruas estreitas.
Isso vi de monte.
E passado o susto até imaginei Isaac enrolado num sari ou dando risada com as buzinas todas.

Mas ó, Lu, não levei e não me arrependo.
Acho que teria surtado com o primeiro rolar no poeirão do Isaac, certeza que sim.
Ele vai quando crescer (se quiser, claro) e aproveita assim como eu.

Bjo

9 comentários:

Ju do Pinguinho da Mamãe disse...

Carol, que delicia...
Acho que vc tomou a decisão certa, eu, pensando bem, tb não levaria, alias, marido e eu estamos planejando um viagem para fora, e sinceramente, ainda não sei se levaria a pequena, doí o coração de pensar, mas como vc disse, temos que pensar e pensar sério. Amei e conte mais. Bjs
Ju

Lu Azevedo disse...

4 da manha e eu aqui com insônia comentando seu Post. Adorei a resposta e realmente me parece loucura levar criança tão pequena, principalmente considerando A questão sanitária e vacinas... Curry ate que nic come, já que a gente sempre faz em casa, mas comida caseira é outra história, Ne? :)

Enfim, de qualquer forma isso é viagem que nao planejamos fazer agora, ainda mais com Liloca vindo por aí... Mas gostei de ouvir seu ponto de vista!

Muitos beijos pra vc!

Lu

Mãe Viajante disse...

Carol, acho que foi acertadissima a sua decisão de nao levar o Isaac. O mínimo que ele ia pegar seria uma diarréia (a famosa Deli-belly). Quer fazer um post com um resumindo da viagem para postar lá no meu blog, no Mães Viajantes Mundo Afora? Beijocas, Livia

Maria Thereza Pinel disse...

Bom saber que a Índia será nosso destino só depois que a Lara tiver lá pros seus 10 anos! =D hehehe

Realmente, não levaria, e tampouco perderia a oportunidade da viagem!

Ainda bem que tomou a decisão certa, e apesar da saudade, não se arrepende! Isso sim que importa!

Beijo!

A Dona do LAr disse...

Que delícia de post Carol. Fiquei viajando com você e imaginando as coisas por lá. E é claro que o filhote também ficaria por aqui. Se quando a gente vai pra praia o pequeno já pega virose imagina num lugar como lá. Eu também pirava e não aproveitava nada.
Estou esperando mais post sobre a Índia. Muito melhor saber dos lugares por pessoas como nós, mães. Tenho certeza que se o post fosse escrito por um marido ele ia falar muito mais dos modelos de carros que viu lá...rsrsrsrsr
bjo grande

Muito Criança disse...

Carol querida, primeiro parabéns por ter coragem de ir táo longe. Nunca pensei em ir para a India. Passei a Lua de Mel nas Ilhas Gregas que é bem longe também. Mais índia bem diferente.
Lógico que levar o pimpolho a viagem seria bem diferente. Acho o máximo esses casais modernos que viajam hora com filho hora sem filho. Acho necessário.
Querida vim te desejar um super ano, obrigada por nunca ter me abandonado e me visitar sometimes, seja no blog, seja no Face.
Eu adoro minhas blogueiras desde lá no início do Nutrição e Cia, que por sinal está sendo removida a poeira. Queria um super ano novo para vc e sua família e quem sabe eu e tu, acho que as únicas da blogosfera que não providenciou outro baby, temos novidades para o ´próximo ano. Sorte para nós duas.Bjs mil Patricia S.Gomes.

Celi disse...

Apoiadíssima Carol! Acho que fez muito bem. Um lugar para conhecer, com uma cultura totalmente diferente, com suas peculiaridades e belezas; mas que realmente não dá para levar uma criança de 3 anos de idade. Fiquei pensando em tudo que contou, tudo muito, mas muito diferente daqui. Agora, com certeza, um aprendizado e uma visão de mundo maravilhosa. Isaac ficou bem, as saudades permaneceram, mas agora está tudo bem. Não?! Oportunidades não faltarão para vocês viajarem juntos! Conhecerem muitos lugares!
Um grande beijo.

Bianca disse...

Carol, lembrei do Zeca Camargo, que disse que experimentou sei la Deus o que na rua e passou 3 dias no banheiro do hotel.
Com certeza levar uma criança de 3 anos para um lugar com a higiene precária não deve ser uma coisa muito legal. Fez bem.
Beijos

Dani disse...

Carol, que saudade daqui!

Ah, mas que delícia viajar... minha última viagem foi em 2008, sem perspetivas por enquanto, triste...

Mas fui lendo e me atualizando e pensando... será que ela levou o Issac????????

Com certeza foi a melhor decisão. Eles ficam bem, a gente é que sofre, né!!

Beijo enorme e feliz 2012!

Dani e Léo

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