quinta-feira, 9 de maio de 2013

Desistir e ter paciência

nossa...quanto tempo...

esse post não é pra falar sobre a minha falta de vontade com o blog, nem com a paciência que tenho tido com essa falta de vontade, mas fala um pouco sobre o desejo que tenho em mim de não desistir dele. nunca.

...

isaac, meu filho lindo de 4 anos e quase 8 meses, está crescendo.
cresce em tamanho. perde as calças, as meias, os sapatos, as camisetas.
perde e ganha.
repassa uniforme para o primo, brinquedos aos amigos (que ele mesmo escolhe o que vai pra quem e eu me mato de orgulho - de mim e dele), roupas ao filho da moça que nos ajuda em casa.
e assim cresce como pessoa, ser, indivíduo.
está mais consciente de quem é, das consequências de ser, do agir, do sentir, do saber e do não saber.

e é aqui que começa o papo que motivou esse post.

e é aqui que o processo educacional, já complexo e intenso, se transforma.

lógico que (tentamos) seguimos na linha entre coerência e loucura.
entre paciência e loucura.
entre respirar fundo e sair correndo.
mas não desistimos.
eu não desisto.

acontece que isaac tem características bem marcantes.
e nesta fase vamos descobrindo que algumas delas devem ser trabalhadas o quanto antes.
o objetivo não é removê-las.
é aproveitar o melhor e o pior delas para o bem.
bem do isaac, desta família e alegria geral da nação.

ouvi de uma querida a máxima "nasceu de 7 meses" ao presenciar as crises de pressa que meu filho tem.
pensei em ter alí na frente uma adivinha.
isaac nasceu mesmo de 7 meses.

se é por conta disso ou não, eu não sei.
se é por cor causa dos meu erros de mãe coruja ao extremo, que sempre atendi tudo com rapidez, pode ser.
se é porque ele ainda não sabe que paciência é a maior riqueza que podemos carregar para a vida, talvez.

isaac vive com pressa.
não tem um pingo de paciência para esperar um prato ou uma resposta.
reclama, resmunga, se irrita.
uma novela.

e eu, graças a deus, pacientemente, tento mostrar que esse não é o melhor caminho.
(pra algumas coisas, talvez seja, mas agora acho que não é)

una então, a plena preguiça em ter paciência com a plena preguiça e com o fato de termos em casa um fruto de uma geração que vive do imediato, da rapidez e do descartável.

ontem mesmo tivemos duas experiências.
eu e isaac juntos.

voltando da escola ele adora tirar os sapatos no carro.
já expliquei que ele deve olhar para o cadarço antes de puxar.
mas ele não olha e fica uma arara quando o laço vira nó.
e puxa mais forte.
e o nó se torna um inimigo invencível.

resolvi usar a oportunidade para pedir que ele tentasse ir se livrando do nó até em casa.
como se fosse um jogo.
ele desistiu em 2 segundos.

insisti no lance da paciência.
nada.
zero.
e ouvi uma boa porção de "eu não consigos"
e estremeci em cada uma delas.

vi alí, então, a necessidade de falar sobre persistir.
contei que, se eu tivesse desistido não o teria.
aliás, não teria nem marido, nem namoro, nem faculdade, nem profissão.
sei que as dificuldades da vida parecem ser assunto duro demais para uma criança de 4 anos.
mas alí foi necessário.
não aguentei ver meu filho vencido por um nó de cadarço.

sei que da experiência de vida que ele tem, um nó pode ser uma muralha, mas é preciso começar a aprender a escalar, desbravar, descobrir.
e assim, aprender que para tudo há limites.
até entre não desistir e se entregar.
o que é extremamente normal.
se entregar não é uma doença, mas acho que não pode ser uma primeira opção.

num outro momento.
tivemos que ficar uma hora em uma sala de espera cheia de revistas velhas e nada pra fazer.
resolvi então baixar joguinho no celular.
em 15 minutos havíamos instalado e desinstalado 5 jogos.
não por mim.
mas isaac tentava jogar por segundos, não conseguia, e já resolvia o problema com "joga esse fora e baixa outro, mamãe".

guardei o celular e fui ensiná-lo a fazer esculturas com copos descartáveis.
nesse caso eu desisti.
e feliz, viu?

...


9 comentários:

Mamãe pela 2ª vez disse...

Bom aqui tenho um de 8 e passei muito bocados com ele passo até hoje, ele é muito parecido até hoje não tem paciência pra nada, tive problemas com ele na escola começou com 5 anos, sofremos pensamos em nos mudar, desistir, mas desistir jamais.
Ele é um menino bom, como Isacc, da suas roupas seu brinquedos, e sabe que como não usa mais outra criança precisa, as vezes quer dar até o que não pode rs.
bjus

Juliana disse...

Aqui e' igual, só que alem de desistir, meu filho ainda chora! Ate' explicar que joguinho/escola/vida e' assim, que todo mundo tem que tentar mais de uma vez, que ninguém nasce sabendo ,blablabla...c sabe , ne'? Haja iluminação ghandista-maternal!

Camila disse...

Queridíssima, que coincidência o seu post! Tava louca para ler aquele livro "Crianças francesas não fazem manha", comprei e estou devorando. O livro vai mto além da manha, é um estilo de vida e de criação dos filhos, tudo mto interessante. A autora fala bastante sobre como as mães francesas "desenvolvem" a paciência em seus filhos para as mais variadas situações. Recomendo a leitura!
Bjos,
Camila
www.mamaetaocupada.com.br

Celi disse...

Carol,
Que difícil... um desafio diário para nós. Um aprendizado difícil muitas vezes para eles. Assim a vida segue... Boa sorte querida e muita, muita paciência. Viu!? Beijos
Ahhhh não abandona, viu!?

Chris disse...

Oi, Carol. O Tatei é um pouco mais velho que o Isaac, tem 5 anos e 5 meses. Mas a impaciência é a mesma. Fazemos um trabalho árduo para tentar ensiná-lo a esperar, a persistir... Mas como é difícil! Haja paciência da nossa parte!
Bjs

De Olho nos Eventos/ A Sumiga Mordeu Meu Dido disse...

Adorei! É isso mesmo, precisamos ter paciência para desatar os nós e os demais problemas que surgem. Lá em casa não é diferente. Educar, passar valores é dificil demais! Até mesmo pq nós estamos aprendendo, melhorando a cada dia.
De repente uma estratégia é exercitar VOCÊ (e eu...e todas as mães) a paciência persistência. Somos exemplos pros filhos, eles nos observam o tempo todo. Olhar e perceber que a mãe não desiste pode ser mais eficaz do que qq outra coisa.

beijos!

Unknown disse...

não desista não querida do seu blog,
temos que ter paciência já perdi varias vezes com a minha rs
linda noite bjs

http://sermamaepelasegundavez.blogspot.com.br/

Flávia Brito disse...

É, não é mesmo fácil. A daqui de casa tem uma preguiça estrema (leia-se: manhã) de fazer as coisas por si. Tem 3 quase quatro e vive com "preguiça", cansada e nunca quer pegar a colher e almoçar, quer achar na boca e o pior é que acha quem dê. Estou a ponto do chilique, mas vamos pra frente.

Beijos!

A Dona do LAr disse...

Ai CArol o Felipe é igualzinho, e eu acho que é mais por minha culpa em quando ele era menor atender tudo rapidamente, e também por causa da minha genética (eu sou super ansiosa). Sei lá, pode até ser que não seja isso, já que tanta gente ta falando que na casa deles é igual, mas dificil a gente não se culpar um pouco das coisas.
A única alternativa que eu achei é ter paciência e ir explicando pra ele em como é preciso ter paciência. Que nem sempre tudo sai como a gente quer, que é preciso tentar várias vezes e blábláblá.
E acho que to vendo pequenos resultados.
Gostei da dica da Camila vou procurar o livro.
bjão

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